Pavel Shumil (Tradução por Eugeni Dodonov) O Ajudante - La-a-a-rson!!! Quem deixou o microfone nas mão do Jack? Matar com brutalidade! Saiu do troiller. - Larson! Seu episódio. - Para que gritar assim? Escuto as últimas instruções. O truque é simples como a fala de criança. Estudo o céu escuro com cautela, tiro a roupa e sento do lado do ator no "Jaguar" esportivo. - Larson, tira o relógio - avisa o operador, olhando através da câmera. Câmera, ação, e o truque começa. Alcançamos o ônibus. O ator deve entrar para dentro através de um vidro quebrado. Ele solta o volante, coloca um pé na borda do carro e outro no volante. Eu mudo para o lugar dele. Coloco o jaguar do lado do ônibus, e o ator entra na janela. Truque filmado. Na tela vai parecer que o ator estava dirigindo com o pé esquerdo. Coloco a roupa de novo, volto para a troiller. Fico sentado na cadeira de sol, coloco os pés em cima da mesa de maquiágem. - Sua maquiágem contra o sol e o lanche - no troiller entra correndo Sara, meu advogado, agente, propagandista, secretária, massagista, responsável por todos os assuntos pequenas e, além disto, uma boa garota sem complexos. - Dane-se a maquiágem - eu tomo a garrafa de catchup das mão dela, tiro a tampa e dou um gole. - Ufa, muito bom! Quente! - L-a-a-a-rson!!! Sara abaixa a cara, eu coloco a tampa, faço carinho no cabelo dela e saio do troiller. Desta vez estamos filmando uma comédia. Um mecânico atrapalhado deixa cair os instrumentos, pé-de-cabra quebra, e depois ele sai correndo atrás da roda que foi embora. Eu ajudo os instrumentos a cair, chuto o pé-de-cabra e fico acompanhando a roda em volta do carro. Truque fácil, mas o diretor não gosta de alguma coisa e re-filmamos por mais três vezes. - Feito! Muito bom, todos muito bons e você, Larson, é um desgraçado! É uma maneira educada de dizer "obrigado". Sara passa a roupa para mim, andamos para o troiller. - Não temos mais nada para filmar no ár aberto, mas temos três episódios num pavilhão - me informa ela. Dia de sorte. Apenas cinco episódios. Se tudo correr bem, terminaremos até as quatro da tarde. Desta vez, uma comédia com humor negro. - As velas se apagam - manda o diretor. Fico andando pela sala e apagando as velas. - Luz vermelha! Mais luz vermelha! O prato começa a voar... Levanto o prato em cima da mesa. - Cláudia está assustada. Assustada, eu disse, e não surpresa! Eu disse - assustada!! - grita o diretor. Eu me abaixo, para pegar o olhar dela, faço carinho no queixo, pescoço e sorrio. Os olhos da Cláudia se abrem e ela começa a gritar. Não de acordo com o roteiro, mas bem realista. No próximo episódio filmamos o sonho de uma criança. Menino fica voando pela casa inteira. Levando a criança em cima da cabeça e vou seguindo a câmera com passo de gato. Ajudante do operador fica fazendo caras engraçadas para o menino. Ele seria uma pessoa ótima para ser filmada! - Filmado! Desço a criança, coloco a roupa. Sara confere no bloco de anotações dela e diz onde será filmado o último episódio. Ele é muito simples. Eu tenho que andar sobre areia e deixar pegadas. Quando a fita será revelada, as pegadas aparecem de nada. Nós, vampiros, não somos fixados pela fita. Nem pelos espelhos. Para o cinema eu sou uma pessoa invisível. Criança que eu carregava ficará voando no ar, prato estará flutuando. Em cada episódio eu economizo entre centenas e milhares de moedas para a filmadora. E ganho bem. Apenas uma coisa de deixa irritada: em qualquer cena, com qualquer tempo; no verão e no inverno eu devo trabalhar sem roupa. Completamente nú.